quarta-feira, 4 de julho de 2012

HISTÓRIA E CORPO: ESTUDO SOBRE SEXUALIDADE E PLURALIDADE CULTURAL NAS DÉCADAS DE 1960 E 1970 A PARTIR DOS TEMAS TRANSVERSAIS

    As referências dadas à forma, às eficácias e funcionamentos do corpo, mudam no decorrer do tempo. Suas representações se deslocam de tal maneira que, algumas vezes, vêem-se completamente transformadas: o controle do peso corporal, por exemplo, os cuidados com a constituição orgânica, a hierarquia concedida ao aspecto físico, os índices de alerta aos males; os padrões estéticos atuais não são aqueles do passado.
    Um olhar mais profundo revela como a diversidade dos territórios do corpo é abundante no seio de cada cultura e de cada época: a competência do ortopedista não é comparável à do artista, do mesmo modo que a prática do esportista não é a do mímico ou do ator. Mecânica, energia, expressão e sensibilidade se repartem numa multiplicidade de corpos, cada qual em sua singularidade, com seus saberes, seus imaginários, seus domínios, até mesmo seus objetos.
    O corpo, dentro deste quadro preciso de um intercâmbio específico e relacional, tornou-se, assim, um objeto suscetível de esclarecer um mundo.
    Uma breve trajetória do corpo e seus significados na História:
Tempos primitivos: Na pré-história, iniciou-se a grande diversidade do vestir e da beleza, desde peles de urso, de mamute, ou de raposa para os desafortunados. No período neolítico começou a necessidade dos adornos, fabricaram-se bijuterias com materiais de diversas proveniências, ossos, sementes, pedras... Começaram a surgir tatuagens a fogo. O prazer do adorno do corpo era tão grande que as dificuldades das técnicas faziam com que muita gente sucumbisse. Na arte paleolítica o nu estava fortemente vinculado ao culto à fertilidade, como se pode apreciar na representação do corpo humano feminino —as chamadas “venus”—, geralmente de formas algo obesas, com peitos generosos e abultadas cadeiras.
  Antiguidade oriental: Na mesopotâmia a importância do corpo resumia-se à mulher. Os egípcios, chamados os SUMPTUOSOS NUS começaram a usar o luxo das transparências nas classes altas, as classes baixas preferiram destapar-se e cobrir somente as partes sexuais. Os fenícios tiveram grande importância na história do corpo e da moda e a sua chegada equivaleu no tempo ao último figurino de Paris agora, e a sua importância ainda foi maior com a descoberta do alfabeto que foi enriquecendo o espírito e dando outro valor ao corpo.
    No Egito a nudez era vista com naturalidade, e abunda em representações de cenas cortesãs, especialmente em danças e cenas de festas e celebrações. Mas também fica patente nos temas religiosos, e muitos dos seus deuses representados em forma antropomórfica aparecem nus ou semidespidos em estátuas e pinturas murais.
    Grécia antiga: Com os gregos era dada a maior importância à beleza física, o que queriam era mostrar o corpo o mais despido possível para que lhes fizessem uma estátua, este pensamento não os ligava muito ao traje, deixou-lhes mais tempo para pensar e aí surgiram os grandes filósofos. Houve uma associação continua do corpo ao espírito e começaram-se a criar vestuários baseados na imaginação como as vestes dos Deuses no Olimpo, os uniformes militares, as túnicas tipo colcha.
    Roma antiga: Começou a haver uma moda quase universal da preparação lúdica do corpo nos trajes sumptuosos, nas galas e foram criados fardas e calças, os exércitos apresentavam grande magestosidade nos uniformes. Simultaneamente e após estas civilizações houveram grandes evoluções do traje ao lúdico como o aparecimento do banho.
    Idade média: A idade média aparece-nos como um período de grande desenvolvimento das fantasias para pôr na cabeça, dos sapatos muito elaborados, dos chapéus. Le Goff (1967, p. 440), que a "civilização medieval é a civilização do gesto".
     Renascimento: Começa a haver moda masculina, as calças a moldar o corpo. Moda que se alargou por 4 séculos. É também de referenciar aqui a moda feminina que com o estudo da anatomia, médicos e artistas puseram em moda a confecção de vestidos de acordo com a ciência e a arte (mostrando a anatomia do corpo e associando-o à arte, o que veio pôr os homens agradavelmente surpreendidos e veio dar à dinâmica do corpo outra vivacidade.

    Idade moderna: A Idade Moderna trouxe-nos os encantos da “Dolce Vita” Os árabes usavam o nu pintado para servirem de prazer nas grandes ceias, os persas com uma tendência para o maravilhoso com a Sherazade e tudo o que daí nos chegou até hoje, os haréns onde os prazeres do corpo eram altamente absorventes…Também a influência dos estilos rócocó, Belle Époque...influenciou bastante o lúdico e os sentidos estéticos.
    Século 20:
   Anos 60: assistimos ao grande BOOM dos anos 60 com os movimentos de libertação centrados no corpo, as mulheres queimavam soutiens, exibiam-se o mais desnudadas possível e reclamavam prazeres até então só atribuídos aos homens
    Anos 80: o corpo lúdico foi explorado através da ideia de exibição, de marketing, de imagem, custe o que custar o corpo valeu pelo enfeite, pela roupa, o ouro nas mulheres e até nos homens, os excessos, enfim uma catadupa de coisas que valorizassem exteriormente como se fatidicamente se tivesse de chegar MUITO BONITO em apogeu ao fim do século. Este corpo e este lúdico que apareceu agora aqui desligado, e quase só social e anatómico é feito de alavancas ósseas articuladas pelas forças musculares, orientadas pelo cérebro e tem sido nestas últimas décadas objecto de grandes estudos.
    Para ser tomado como objeto de estudo das ciências sociais, o corpo deve ser entendido como um elemento dinâmico, mutável e inscrito na história das sociedades. Esta mesma compreensão também pode ser aplicada aos diferentes usos do corpo, que relacionados a um contexto social e histórico específico podem evidenciar traços importantes para a compreensão de dada sociedade.
    Norbert Elias (1993; 1994) salienta que o modelo de relações humanas desenvolvido ao longo da modernidade refletiu no domínio das emoções e do inconsciente por intermédio da razão, o que marcou os corpos dos indivíduos. Assim, o processo civilizador impôs padrões de comportamento que tiveram significativas conseqüências sobre os corpos.
    Os discursos de verdade nascentes com o período moderno, tais como a medicina e a psiquiatria, mostraram-se como um tipo de poder não apenas controlador dos processos humanos, mas também norteadores dos usos dos corpos (Foucault, 1989). Sobre estes foram produzidos saberes, hábitos, mecanismos de controle que sobre os corpos de mulheres manifestaram-se de forma ainda mais evidente.
    A construção social do corpo de está comumente relacionada com as diferenças de gênero e as possíveis configurações de sexualidade. No que concerne aos corpos de mulheres, lembramos da afirmação de Michelle Perrot (2005, p. 447) “O corpo está no centro de toda relação de poder. Mas o corpo das mulheres é o centro, de maneira imediata e específica”, o que torna os modos das mulheres com relação aos seus corpos – vestimentas, gestos, fala, belezas etc. – alvos de “[...] uma perpétua suspeita”.
    No inicio do século XX inicia-se a moda da mulher magra Mary del Priore.
Já na década de 1980, o antropólogo Gilberto Freyre, como sempre de forma pioneira e polêmica, buscou pensar o corpo da mulher brasileira e suas transformações. No livro “Modos de Homem, modas de mulher” (1987), Freyre afirmava que:
Pode-se dizer da mulher que tende a ser, quanto a modas para seus vestidos, seus sapatos, seus penteados, um tanto maria-vai-com-as-outras. Portanto, a corresponder ao que a moda tem de uniformizante. Mas é da argúcia feminina a iniciativa de reagir contra essa uniformização absoluta, de acordo com características pessoais que não se ajustem a imposições de uma moda disto ou daquilo. Neste particular, é preciso reconhecer-se, na brasileira morena, o direito de repudiar modas norte-européias destinadas a mulheres louras e alvas. (p.33).
    Gilberto Freyre apontava como modelo de beleza da brasileira a atriz Sônia Braga: baixa, pele morena, cabelos negros, longos e crespos, cintura fina, bunda (“ancas”) grande, peitos pequenos. Dizia, com certo tom de crítica, que esse modelo de corpo e beleza brasileiros estavam sofrendo um “impacto norte-europeizante ou albinizante”, ou ainda “ianque”, com o sucesso de belas mulheres como Vera Fischer: alta, alva, loira, cabelos lisos (“arianamente lisos”, como dizia Freyre), com um corpo menos arredondado.
    No primeiro capítulo deste trabalho abordaremos as novas diretrizes curriculares para o ensino de História, mais especificamente nos aprofundaremos nas propostas de transversalidade que o autor José Alves de Freitas Neto nos traz.
    A fragmentação dos conteúdos, dos horários e da estrutura burocrática das escolas dificultou o aspecto investigativo e explorador da realidade que cerca o estudante e o professor.
   Como superar esse problema? A resposta é plural e deve ser encontrada na prática e na realidade de cada educador. No entanto, desde 1995, os professores brasileiros têm convivido com a proposta de transversalidade, atrelada aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
   Também trazemos a abordagem de dois temas transversais que utilizamos nas nossas propostas e planos de aula.
   No segundo, quarto e quinto capítulos abordaremos as teorias e as aulas sobre o tema orientação sexual.
   No terceiro capítulo a deficiência física aparece com conteúdo do tema pluralidade cultural.
   Nos dois últimos capítulos será abordado o tema uma revolução cultural através dos movimentos sociais.
Trabalho apresentado pelos acadêmicos: Amanda Zava, José Antonio Gonçalves Caetano, Natalia Saque Ribeiro, Pâmela Gonzaga, Rafaéla Faria de Paula, Rafael Carlos Oliveira e Renan Dias Gonçalves.
Trabalho completo: http://www.4shared.com/office/50KJDdZG/HISTRIA_E_CORPO_ESTUDO_SOBRE_S.html?

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